quinta-feira, 5 de agosto de 2010


Estou no meio fio... na beira do abismo... no alto da torre... haverá saída? De onde vem o som das trombetas? O que me move? Sou o grito de Munch; a loira do banheiro; os olhos de Laura Mars; a louca meio adormecida que transita pela Paulista às 3 da madrugada. Quem sou eu? Sou aquela que perde a razão e invade o teu sono... a torre da Gazeta iluminada e bélica; o veneno que eu procuro na veia saltada; Morpheu... o delírio de Lynch. Eu não sou nada.


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Eu gosto dele.
Do que diz, do que escreve.
Tem sempre um tom desdenhoso, é pernóstico e cínico.
Ele não é adorável.
E quem quer ser adorável, afinal?
A verdade é que a vida tem uma dívida para com ele.
Uma dívida que ele não cobra.
Ele é triste.
E a tristeza é uma bunda gorda que ele chutaria todas as manhãs.
Se pudesse.
Não acredito que um homem verdadeiramente feliz possa produzir grande coisa.
Só os atormentados, os inconformados e os tristes é que se torturam com milhões de perguntas nas quais o mais importante nem são as respostas.
É a angústia.
A angústia fere e sangra.
Eu gosto dele.
Ele sangra arte.
Uma arte que alimenta meu vício irracional de vida inteligente.
De gente.
Eu realmente gosto dele.

Foto: Jenn